"EUpreendedora"

Como aprendi a fazer metade do que sei fazer hoje

“Isso aqui você consegue fazer, também?”

“Manda aí que eu faço, pode deixar”

“Foi assim que eu aprendi a fazer metade das coisas que sei fazer hoje: sem saber falar não ou fingindo que eu sei” – e completo, me dedicando para aprender algo que não era nem pra mim.

Quem mais se identifica com isso? Eu e muitos, com certeza. Essa fala eu vi no Tik Tok da Isabela Luchini (@bluquini) e me inspirou a trazer aqui como tema a ser falado com vocês.

Durante muitos anos eu tive medo e até vergonha de dizer não para as pessoas e isso foi me causando sobrecarga, tanto de trabalho, como emocional, mas no fundo eu também aprendi muito e hoje faz diferença – mesmo com todo os BOs que tive.

Durante muito tempo eu trabalhei fixa em algumas empresas e com isso o medo seguido de crenças que eu precisava do emprego, que eu tinha que ser uma funcionária assídua, de fazer tudo certinho me fariam crescer na empresa, como também, ser vista como exemplo…em todos os caso eu apenas estava deixando de ser o que de fato eu queria ser para ser algo que as pessoas dizem ser certo e você sem entender bem, faz. E por isso o mundo ta virado em caos.

Não estou aqui para julgar ninguém, estou compartilhando situações que passei, experiências que tive e vejo muitos também passarem…a ideia é concientizar vocês sobre o limite. O fato de você não saber se impor, não saber dizer não, fazer tudo que te pedem, faz com que isso te cause grandes problemas que vão acumulando com o tempo e uma hora a coisa estoura. Pra mim teve o estouro e não foi fácil.

No diálogo que inseri no começo do post, me identifiquei muito porque eu sempre fui esta pessoa que dizia, “ok, deixa ai que eu faço” até mesmo sem saber fazer…hoje muita gente me ve como a “amiga” “ativa, “experta”, “inteligente”, “a faz tudo” e na hora do perrengue ou melhor dizendo, do interesse, me procura pra resolver… mas quando chegamos em um ponto que isso afeta a nossa saúde, você precisa dar um basta.

Mas vamos falar sobre o fato de você aprender tudo e deixar o seu para depois teve o lado positivo, pois hoje em dia eu sei fazer muita coisa que nem tinha ideia que poderia me ser útil, mas aprendi também a me impor, a dizer não, a cobrar pelo meu conhecimento que durante um bom tempo foi usado de forma ‘gratuita’…me faltou a palavra exata aqui, mas você entendeu, né? E principalmente na econômia que tenho sobre tercerizar algo que ja sei fazer, porque nunca tive preguiça de pesquisar, estudar, testar e aprender.

E agora sobre quando a coisa estourou: veio com crises de ansiedade, pânico, piorou a insônia e por ai vai. Como uma boa bruxinha, busquei me curar de forma natural, chás, exercícios, caminhadas, saídas na natureza, momentos de tranquilidade de muita meditação, mantras…mudanças de hábito…mas também com a terapia – eu particularmente evito tomar remédios, somente em caso extremos. Sim, durante anos eu fiz terapia e grito para quem precisa ouvir, foi maravilhoso, porque pude me conhecer, pude entender o porque eu estava agindo daquela forma e principalmente, me valorizar e saber por limite nas pessoas que era o ponto chave de tudo. Porque além das questões de trabalho eu também tive o mesmo problema no âmbito familiar após a morte de minha mãe. Então pense na zona que tava na minha cabeça nesta época.

Por isso, digo: se você está vivendo nesta situação, reveja e reverta.

Um beijo, Suhellen Dolenga

(2) Comentários

  1. Aprender algo novo é bom e a necessidade, por vezes, estimula esse aprendizado. Mas será que precisamos fazer isso para tudo? Tudo o que os outros precisam que a gente faça? Será que, em casos onde o “novo” aprendido só traz benefícios para quem solicitou e nenhum para nós mesmos, realmente vale a pena?

    O post me fez refletir sobre o assunto. Percebo que há sim benefícios em aprendermos coisas novas, mas também existem consequências e temos que encontrar o equilíbrio e, em alguns momentos, o “não” é necessário.

    1. Exatamente, muitas vezes o medo acaba dominando a gente e isso faz com que nos calemos e aceitamos tudo, inclusive abraçar todas as coisas pensando que esta sendo bom mas no fundo pode virar um caos.

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