Análise de estilo

Amalie Bruun – delicadeza, ferocidade e folk nórdico ancestral (Análise de estilo)

Oi, tudo bem?

Na análise de estilo dessa semana, vou falar brevemente da Amalie Bruun que é a mente por trás do Myrkur (que eu conheci por acaso alguns meses atrás ouvindo uma playlist de Black Metal e adorei). Ela tem um estilo que mistura o paganismo e o lado sombrio do black metal. A sua imagem reflete um equilíbrio entre a beleza natural e delicada com a escuridão e brutalidade da música extrema que ela cria.

Visualmente é nítido que seu estilo carrega elementos de uma bruxa Nórdica e Folk Pagan, ela incorpora muito da cultura escandinava em seu visual, usando vestidos fluidos, túnicas esvoaçantes e texturas naturais, parecendo uma sacerdotisa saída de um conto pagão. E normalmente esse estilo tem muito do minimalismo com o místico, diferente do exagero teatral de alguns artistas, ela aposta em peças simples, tecidos leves e cores neutras (preto, branco, cinza e bege), criando um visual mais ritualístico e introspectivo.

O passado e a história fazem parte do seu visual, também com forte referênciasm medievais e Viking, como vestidos longos, mantos, peles e botas rústicas, criando uma conexão com a ancestralidade nórdica. Mas, como já disse, ele consegue trazer um equilíbrio entre luz e escuridão, ao mesmo tempo que ela usa o preto (se referindo ao black metal, morte, ocultismo) ela também inclui o branco e tons claros (simbolizando a pureza, natureza, espiritualidade), criando um contraste visual forte que reflete o som dela.

E sobre a beleza natura com toque selvagem fica na sua maquiagem, que é pouca, sem exageros e sempre mais pálida, cabelos desgrenhados com um ar de sacerdotisa ou deusa nórdica. A Amalie consegue trazer um visual que é delicado e brutal ao mesmo tempo, informando o seu universo folk atmosférico e black metal agressivo.

Vamos as referências do cinema em seu estilo:

Como falei, ela traz o paganimo bem forte no seu estilo encaixando bem no cinema de Horror Folk, como The Witch (2015) e The Wicker Man (1973) que já citei em outra análise aqui, influenciam a estética dela, com rituais ancestrais, florestas assombradas e mulheres como figuras poderosas e misteriosas.

Da mesma maneira que é normal nesse universo do metal, o expressionismo alemão/terror gótico/fantástico, por conta da atmosfera escura e teatral, como Nosferatu (1922) e A Montanha Sagrada (1973). Sem contar com a iluminação e atmosfera com nevoa de mistério das obras do Mario Bava, em As Três Máscaras do Terror (1963), Seis Mulheres para o Assassino (1964) e várias outras obras do mestre, que no clipe ” Leaves of Yggdrasil” e até algumas apresentações ao vivo, percebemos essa referência.

Trazendo mais a referência do Cinema Medieval e Lendas Nórdicas, podemos citar Valhalla Rising (2009) e The Northman (2022) refletem a abordagem mística e brutal dela para a mitologia e cultura viking. Muitas de suas músicas parecem trilhas sonoras para batalhas ou rituais antigos.

E para fechar, aqui a gente fala da sonoridade cinematográfica no álbum, Folkesange (2020) que tem um som que poderia facilmente estar em filmes históricos ou épicos de fantasia, com uma vibe parecida com a trilha de O Senhor dos Anéis.

E para você conhecer mais o projeto Myrkur, recomendo você ouvir:

“Onde Børn”, traz uma sensação ritualística e hipnótica. A letra, em dinamarquês, fala sobre crianças desobedientes, remetendo a lendas folclóricas nórdicas. A segunda música é a “Ulvinde“, que significa “mulher-lobo” em dinamarquês. A música fala sobre força feminina, libertação e conexão com a natureza selvagem. E a terceira é a música, “Ella”, que diferente das anteriores, essa música é puramente folk, inspirada em músicas tradicionais escandinavas. A letra fala sobre uma mulher forte e independente que não precisa seguir os caminhos que a sociedade impõe.

Imagens e mais em @myrkurmyrkur/

Um beijo, Suh Dolenga

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *