Oi, tudo bem?
Talvez a analisada da semana não seja tão conhecida como muitas que já postei aqui, mas a Chelsea Wolfe merece ter sua análise de estilo, porque eu confesso que eu amo o estilo dela, até porque tem muita referência ligada ao cinema.
Dark, etéreo e experimental, é a primeira impressão que temos dela quando ouvimos a sua música que é uma mistura de doom, folk, gótico e metal alternativo, em partes. A sua imagem acompanha muito bem isso, pois ela transmite um ar místico, misterioso e quase ritualístico, como uma sacerdotisa do oculto no mundo da música.
Quando analisamos melhor o seu estilo, notamos fortemente a ligação do gótico, minimalista e super “Avant-Garde“, que para quem não sabe é um termo francês que significa “vanguarda“. No mundo da moda, arte e música, refere-se a estilos inovadores, experimentais e fora do convencional, algo que a Chelsea traz muito bem na sua imagem, com peças estruturadas, dramáticas e fluidas, mas com influência da moda gótica, vitoriana e até japonesa (por conta de sobreposições, assimetria, texturas, um toque artesanal, como linho cru e algodão rústico), isso também lembra bem as roupas de camponesas, civilizações bem típica dos países nórdicos). Seus looks costumam ser oversized ou com cortes geométricos, criando um visual teatral (quando digo o dramático, ele fica bem visível aqui).
O preto é a sua assinatura, reforçando sua estética sombria, com o elegante que eu diria que fica na sua postura, na forma que ela se comunica. É forte as referências místicas, ocultas no seu visual, a maioria das suas roupas trazem capuzes, rendas, texturas envelhecidas e detalhes que simbolizam esse universo.
Diferente de muitas, Chelsea opta por uma make bem suave e ao mesmo tempo fantasmagórica, trazendo bastante aquela referência gótica e vitoriana, geralmente com a pele pálida e iluminada, olhos esfumados com preto ou marrom e batons escuros, criando um visual bem melancólico. E isso também se estende para a moldura do seu rosto, o cabelo. Normalmente ela usa o cabelo longo e desarrumado, de forma natural, dando um ar de bruxa moderna.
E sobre a referência do cinema no seu estilo:
Não tem como não falar da Chelsea Wolfe sem trazer as referências a filmes antigos, especialmente de terror, surrealismo e cinema expressionista. Tanto o seu estilo e estética visual (aqui digo o contexto completo, pessoal a musical/clipes), são fortemente influenciados por obras cinematográficas que já devo ter comentado nas redes sociais e já fica como recomendação:
O Expressionismo Alemão (anos 1920-30), são filmes comfortes contrastes de luz e sombra, figuras fantasmagóricas e ambientações perturbadoras, trazendo muitas cenas sombrias e teatral (filmes mudos, mas que a expressão dos atores comunicavam através da roupa, do ambiente, de todo contexto envolvido em cena para contar a história). Filmes como Nosferatu (1922) e O Gabinete do Dr. Caligari (1920), encaixam super bem como referência do seu estilo.
Outras referências fortes no seu estilo, entram o cinem de Horror Gótico e Clássico – Filmes da Hammer Horror (década de 1950-70), como Drácula e A Máscara do Demônio (1960), influenciam sua vibe mística e esotérica.
Avançando um pouco mais, também notamos a referência do Cinema Surrealista e das obras de David Lynch, como Eraserhead (1977) traz um clima de sonhos perturbadores, solidão, o que combina muito com a sonoridade e estética dela.
E também podemos incluir, o Terror Folk e Psicodélico – Filmes como The Wicker Man (1973) e Suspiria (1977/2018 – Dario Argento é o cara e na minha opinião, prefiro a versão original, inclusive, ele faz parte da a trilogia das Mães, recomendo fortemente) influenciam sua abordagem mística, com elementos rituais, cores desbotadas ou contrastantes e uma sensação de hipnose e desconforto.
Agora já coloca na sua playlist:
E agora para você conhecer mais o trabalho da Chelsea, ouça: “Feral Love“, com uma sonoridade intensa e hipnótica, com uma letra enigmática sobre paixão selvagem, obsessão e até destruição. Ela fala sobre a natureza primal do amor e da dor. A segunda recomendação é a “Carrion Flowers“, digamos que tem um peso, além de sombria, como se representasse um pesadelo. E a terceira, uma das minhas preferidas, “16 Psyche“, misturando shoegaze (subgênero do rock alternativo caracterizado por guitarras distorcidas, vocais suaves e uma atmosfera densa e envolvente.), doom e rock alternativo. A letra fala sobre desconexão, solidão e desejo.
Imagens e mais em @cchelseawwolfe/
Agora me conta de você já conhecia a Chelsea e o que achou dessa análise!
Um beijo, Suh Dolenga