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Artigo: Imaginário contemporâneo e cultura visual (2015)

Oi Tudo bem?

Venho recuperando alguns artigos que escrevi durante as especializações que fiz e hoje trago sobre “Imaginário contemporâneo e cultura visual” escrito em 2015, para o módulo de Cultura Visual com o professor Leandro Catapam, na pós de Comunicação digital e E-Branding na PUCPR.

Caso usar algum trecho do meu artigo, por favor inserir o crédito*

Imaginário contemporâneo e cultura visual

Suhellen Dolenga

O excesso de informações e a maneira de como as mesmas chegam até o receptor, varia de cenário constantemente – seja pela fotografia, o cinema, o rádio, as ruas, a internet, a televisão e inúmeros outros meios que modelam o sujeito fazendo com que a sua atenção seja dividida em inúmeros afazeres, tornando o raciocínio a procura de migalhas concomitante.

Hoje, qualquer pessoa tem a liberdade de criar conteúdo para variados públicos. Redes sociais, canais de vídeos e blogs – este último principalmente de moda e make que qualquer garota em seu quarto se diz especialista nesta área postando produtos que usa ou ensinando como se arrumar, ganhando milhares de seguidoras e convites para eventos do meio, como também existem os canais no Youtube que em
cinco minutos é possível aprender uma receita nova ou saber sobre um livro que levaria meses para ler. E os mais recentes vícios, como o Periscope que tem a função de transmitir ao vivo o que quer que seja e com comentários simultâneos ou até mesmo já podemos conhecer o garoto que está no mesmo ônibus, através do aplicativo de relacionamento Happn, que lhe mostra o perfil da pessoa no exato momento.

“Pesquisas já mostraram que a maioria das pessoas compartilha reportagens sem ler. Viramos a Geração “só a cabecinha”, um amontoado de pessoas que vivem com pressa, ansiosas demais pra se aprofundar nas coisas. Somos a geração que lê o título, comenta sobre ele, compartilha, mas não vai até o fim do texto. Não precisa, ninguém lê!” (GRANJA, 2014)

Por um lado, é bom ter tudo nas mãos mas por outro, não se tem mais prazer nas coisas que antes pareciam importantes e divertidas na vida do indivíduo, a agilidade com que tudo está disponível e simples nos torna mais sedentos de novidades, não deixando mais apreciar pacientemente o clipe novo da banda favorita sem ter que pular o comercial de cinco segundos no início que parece uma eternidade
ou assistir o episódio da série do momento sem ter que saber os spoilers antes.

Assim, aos poucos percebe-se que esta alienação está deixando as pessoas menos interessantes, vazias, avulsas e burras, somos responsáveis pelo que falamos, postamos, somos e queremos ser vistos e menos privacidade, isto só está acontecendo porque a população está permitindo e deixando se levar pelo o que a mídia propõe, invadindo suas casas, sugando e conseguindo modificar a vida de todos como bem
entender.

“Nossos impulsos estão sendo redirecionados. Estamos vivendo em um estado artificialmente induzido de consciência que se assemelha ao sono. (…) Os pobres e a classe baixa estão crescendo. Justiça racial e direitos humanos são inexistentes. Eles criaram uma sociedade repressiva, e somos seus cúmplices involuntários. Sua intenção de governar reside com a aniquilação da consciência. Nós fomos levados a um transe. Fizeram-nos indiferentes a nós mesmos, aos outros. Estamos focados apenas em nosso próprio benefício. Por favor, entenda. Eles estão seguros, desde que eles não sejam descobertos. Esse é o seu principal método de sobrevivência. Manter-nos dormindo, manter-nos egoístas, manter-nos sedados. ” (Filme They Live, 1988)

Mesmo que a citação acima do filme “Eles Vivem” seja uma obra de ficção científica oitentista e aparenta ser uma alucinação, ele aborda assuntos polêmicos como a cultura do consumismo sendo criticada e tendo foco principal, a forma que é usado os meios de comunicação como o poder de controlar em massa através da elite disfarçada estrategicamente longe dos olhos do público. Uma mensagem de alerta e ao mesmo tempo conflitante, faz com que o receptor sinta-se em momentos de questionar-se sobre o que de fato está rodeando-o e o poder do visível e o invisível que uma simples mensagem visual pode transmitir ao mundo de diversas maneiras subversivas. Uma realidade cada vez mais nítida e relevante vista na atualidade.

Ainda que seja a grande maioria que utilizam como meio principal a televisão para se manterem informados, estes estão interessados em programas que sejam simples, na maior parte do tempo sem sentido e que não os cobrem de muita atenção ou faça os temer do que está por trás da tela por isso muitos se vendem rapidamente pelas informações que de certa forma contém mensagens subliminares, pois nem todos estão preparados para determinadas verdades.

“Os meios de comunicação têm responsabilidade e grande influência no que podem causar na vida das pessoas, o que elas possam vir a ser, como são e como devem ser tratadas.” (COUTINHO; JR,2008. Pg.123)

Sendo assim, é natural pensar sobre uma visão primária que os mais recentes meios de comunicação permanecem como detentores da atenção de seu público como meio de captação e imersão par de dentro de seus meios, produtos e ideias.

Portanto a maneira como é transmitida interpretada e recebida uma mensagem, varia muito da cultura, idade, escolaridade de cada pessoa e outros fatores que compõe a vida do indivíduo. É comum hoje, a sociedade estar vivendo num meio digital em permanente mutação e crescimento além de se adaptar na vivencia do ser de maneira que os torne cada vez mais dependentes da tecnologia que são invisivelmente impactados na percepção e capacidade do ser: o que a mídia quer que o cidadão seja, o modo de agir perante aos outros, a forma de ver as coisas, dentre outros meios de deter a atenção do indivíduo.

FONTES:
COUTINHO, Iluska; JR, Potiguara Mendes da Silveira. Comunicação & Cultura Visual.
Rio de Janeiro. E-papers, 2008.

DANIZUDO. “Eles Vivem”, um filme estranho com uma mensagem poderosa. Blogspot, <http://danizudo.blogspot.com.br/2012/04/eles-vivem-um-filme-estranho-comuma.html>(Acessado em julho de 2015)

GRANJA, Bia. Geração “só a cabecinha’. Revista Galileu, 2014
http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/07/geracao-so-cabecinha.html (Acessado em julho de 2015)

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Capa Foto de Alexandre Quinteiro: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adolescente-morena-casual-descontraido-18730137/

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